POEMAS AO ACASO

Poema ao acaso


Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.


6 de jun. de 2012

CANTO CIGANO: Pensamento de um passarinho...by Dany

CANTO CIGANO: Pensamento de um passarinho...by Dany: Deram-me a liberdade, abriram à gaiola! Eu nem pude acreditar! Olhei desconfiado e pensei... -Eu não sei voar!

2 comentários:

BLOGZOOM disse...

Olá, queridos amigos, vim ler um pouco e deixar um beijo!

Unknown disse...

Sua visita... Seu beijo... Seu carinho...

Existe fórmula mais inebriante e perfeita???


Beijos, minha linda Fadinha!

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