POEMAS AO ACASO

Poema ao acaso


Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.


28 de jul. de 2011

"A Perfeição" - by Cygana


Há muito tempo, num reino distante, havia um rei que não acreditava na bondade de Deus. Um súdito, porém, sempre lhe lembrava dessa verdade. Em todas as situações, dizia-lhe:
— Meu rei, não desanime, porque tudo que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!
Um dia, o rei saiu para caçar, juntamente com seu súdito, e uma fera da floresta atacou-o. O súdito conseguiu matar o animal, mas não evitou que sua majestade perdesse o dedo mínimo da mão direita.
O rei, furioso pelo que lhe havia acontecido e sem mostrar agradecimento por ter sua vida salva pelos esforços de seu servo, perguntou-lhe:
— E agora, o que me diz? Deus é bom?! Se o fosse, não teria sido atacado e perdido meu dedo.
O servo respondeu-lhe:
— Meu rei, apesar de todas essas coisas, ainda lhe posso dizer que Deus é bom e que mesmo isso, perder um dedo, é para seu bem! Tudo o que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!
O rei, indignado com a resposta do súdito, mandou que o prendessem na cela mais escura e mais fétida do calabouço.
Após algum tempo, o rei saiu novamente para caçar e aconteceu de ser atacado por uma tribo de índios que vivia na selva. Esses índios eram temidos por todos, pois, sabia-se, faziam sacrifícios humanos para seus deuses.
Mal prenderam o rei, passaram a preparar, cheios de júbilo, o ritual do sacrifício.
Quando já estava tudo pronto, o rei diante do altar, o sacerdote indígena, ao examinar a vítima, comentou furioso:
— Esse homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso, falta-lhe um dedo!
E o rei foi libertado. Ao voltar para o palácio, muito alegre e aliviado, libertou seu súdito e pediu-lhe que viesse à sua presença. Ao ver o servo, abraçou-o afetuosamente, dizendo-lhe:
— Meu caro, Deus foi bom comigo, realmente! Você já deve estar sabendo que escapei da morte justamente porque não tinha um dos dedos. Mas ainda tenho, em meu coração, uma grande dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que fosse preso da maneira como foi? Logo você, que tanto o defendeu?!
O servo sorriu-lhe e disse-lhe:
— Meu rei, se estivesse junto com vossa majestade nessa caçada, certamente seria sacrificado em seu lugar, pois não me falta dedo algum! Portanto, lembre-se sempre: TUDO O QUE DEUS FAZ É PERFEITO. ELE NUNCA ERRA!

(desconheço a autoria)

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